Apenas com 30% do Fígado - ex-BB depois da Cirurgia de retirada de Câncer

Maria Melilo associa câncer a anabolizantes; entenda essa relação

Segundo especialistas, o fígado sofre uma sobrecarga metabólica porque precisa trabalhar excessivamente para metabolizar o hormônio extra.

Ter o corpo perfeito em curto espaço de tempo é uma proposta tentadora para muita gente, especialmente no Brasil, onde a imagem é tão valorizada. A ex-BBB Maria Melilo, vencedora da 11ª edição do programa, passou por um momento difícil devido a esta busca.

Depois de ser diagnosticada com câncer no fígado, ela passou por uma cirurgia na qual teve que tirar 70% do órgão. Maria acredita que a doença foi intensificada pelo uso contínuo de anabolizantes, durante sete anos. “É uma droga, vicia... Cada vez você quer chegar mais à perfeição”, disse no último domingo (10) em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.


Maria contou ainda que começou a usar anabolizantes aos 21 anos, e só parou quando descobriu a doença, em 2011, ano que saiu vencedora do reality show. O caso acaba trazendo novamente à tona a polêmica em torno do uso indiscriminado dos anabolizantes.

De acordo com Alessandro Landskron, cirurgião oncologista do núcleo de abdômen do hospital A.C. Camargo, embora existam associações entre o uso de anabolizantes e o câncer de fígado na literatura médica, as evidências ainda não são suficientemente relevantes. Ele afirma que o câncer no fígado, assim como os outros tipos, ocorre a partir de uma combinação de diversos fatores.

No entanto, ele reforça que se existe uma predisposição, o uso de anabolizantes pode sim acelerar o processo ou agravar o quadro. “A pessoa pode ter uma predisposição, mas, se leva uma vida saudável, pode diminuir as chances de desenvolver o tumor”, afirma, acrescentando que os principais fatores de risco no caso do câncer do fígado ainda são a cirrose e as hepatites B e C.


Ele também explica que a cirurgia é o procedimento mais indicado nos casos de tumor localizado. De acordo com o especialista, as chances de cura são grandes, uma vez que o fígado é um órgão que tem alta capacidade de regeneração.  Entretanto, ele explica que sempre há a chance de o tumor voltar. “Vai depender de muitas variáveis como o tamanho do tumor, o número de tumores ou fatores associados”.

Sem prescrição
 Ainda na entrevista, a ex-BBB contou que apostou na alternativa porque “era magrinha”. “Eu tomei porque eu pensava na saúde por fora, na estética, não pensava por dentro. Pra largar, eu tive que passar por essa doença”, completou.

Ricardo Munir Nahas, especialista em medicina do esporte e Diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), diz que é comum as pessoas procurarem o aval de um médico para começar a tomar hormônios. Mas ele avisa que a prescrição só acontece em casos específicos. “Se você não vai usar para corrigir um problema médico, ele sempre vai ser excessivo”, explica.

Ricardo reforça que, sob recomendação médica, este tipo de recurso é indicado apenas quando  se identifica a falta de algum hormônio e que, mesmo nestes casos, eles são injetados uma vez a cada 30 dias. “Imagine o estrago no caso de quem faz isso com frequência”.

Ele também descarta a possibilidade de um meio termo neste campo. “Não existe essa coisa de usar uma quantidade controlada. Não há indicação médica com fins de crescimento muscular”, reforça.  


Riscos
 Uma das possíveis correlações entre o câncer de fígado e o uso de anabolizantes, de acordo com ambos os profissionais, é a sobrecarga deste órgão. “O fígado tem que trabalhar excessivamente para metabolizar aquele hormônio extra, e acaba sofrendo uma sobrecarga metabólica”, diz Ricardo.

Além disso, Alessandro ressalta que o câncer de testículos também é comumente associado à prática. Ele explica que isso acontece porque este é um tipo de tumor embrionário, que cresce muito rápido.

Como o anabolizante acelera o crescimento de algumas células, e isso acontece de forma desordenada, elas acabam desenvolvendo funções que não deveriam. Um quadro de metástase, por exemplo, pode ser acelerado neste caso.

Outros riscos associados incluem aumento do colesterol, alterações cardíacas e a perda de caracteres sexuais secundários. “Existem casos em que há a alteração da libido e também danos à fertilidade, quando o homem deixa de produzir espermatozoide e a mulher deixa de ovular”, afirma Ricardo.


Dependência
 Segundo os especialistas, o anabolizante confunde o organismo e acaba causando dependência. Alessandro explica que a substância ocupa os receptores hormonais e não permite que os hormônios que o corpo produz naturalmente se mantenham ativos. “Eles ficam parados na corrente sanguínea sem poder exercer sua função.​"

Como consequência disso, o anabolizante substitui alguns hormônios, e o organismo entende que pode parar de produzi-los.

Ricardo alerta que a dependência passa a ser também psicológica, e a pessoa pode desenvolver transtornos ou se mostrar muito agressiva. “Quando ela usa anabolizante, sente maior disposição, fica mais esperta, produz mais. Isso até certo ponto, porque depois vêm os malefícios. Quando ela para, se sente mole, cansada, e aí vem a dependência”, explica, acrescentado que nos Estados Unidos as punições legais para quem atua no mercado paralelo dos anabolizantes são similares às de quem vende drogas. “É como se fosse tráfico de entorpecente, porque eles também causam dependência”.

Os profissionais explicam que, diante destes quadros mais graves, suspender o uso repentinamente não é algo simples. O processo deve ser acompanhado por endocrinologista. “Quem usa por muito tempo não pode parar de uma vez só, senão não dá tempo de o organismo se adaptar e voltar a assumir aquele mecanismo”, diz Alessandro.

Alternativas
 Aos ávidos por músculos, vale lembrar que o fator genético tem grande impacto no processo de busca por mais massa. Ricardo explica que a ingestão de aminoácidos e suplementos alimentares podem ser alternativas. “Mas mesmo isso deve ser acompanhado por nutricionista, porque eles também podem sobrecarregar órgãos como o fígado e o rim”


Fonte: Terra

Fígado Doente - Como saber e como Tratar

Os primeiros sinais e sintomas de problemas no fígado são a dor abdominal do lado direito e a barriga inchada. Além desses, pode ocorrer:

Cor amarelada na pele e nos olhos, denominada cientificamente de icterícia;
Urina amarela forte ou escura;
Tontura;
Dor de cabeça;
Gosto amargo na boca;
Enjoo/Vômito;
Falta de apetite;
Cansaço;
Aumento de peso;
Fezes amareladas, cinzentas, negras ou sem cor;
Coceira generalizada.
Causas de problemas no fígado

Algumas possíveis causas de problemas no fígado são:
Excesso de gordura no fígado. Situação comum em indivíduos obesos e/ou sedentários, que deve ser tratada com uma dieta restritiva e atividade física;
Intoxicação hepática pelo excesso de bebidas alcoólicas;
Uso de medicamentos;
"Cansaço" do órgão após um dia de exageros alimentares;
Hepatite.
Tratamento para problemas no fígado

O tratamento para os problemas de fígado menos graves, são as alterações na dieta. Já nas situações de maior gravidade, deve-se recorrer a medicamentos receitados pelo médico.

Para complementar o tratamento, pode-se recorrer a um remédio caseiro para o fígado, à base de ervas amargas como o boldo, alface ou alfazema, que vão facilitar o bom funcionamento do órgão. Outras dicas úteis são:
Beber bastante água;
Fazer uma alimentação leve, isenta de frituras e gorduras;
Seguir uma dieta para o fígado;
Não ingerir bebidas alcoólicas;
Não tomar medicamentos desnecessários e
Descansar.
O que comer em caso de problemas no fígado

Em caso de problemas no fígado, recomenda-se comer alimentos de fácil digestão, como, por exemplo:
Peixe grelhado, frango cozido sem pele;
Arroz branco;
Saladas;
Biscoito maizena;
Gelatina;
Frutas;
Verduras de cor verde escura, preferencialmente as amargas;
Sucos de frutas naturais;
Iogurte natural batido com fruta.
O que não comer em caso de problemas no fígado

Em caso de problemas no fígado, recomenda-se evitar o consumo de alimentos estimulantes e de difícil digestão, como:
Refrigerantes, sucos industrializados, café, bebidas alcoólicas, água muito gelada;
Frituras; massa folhada;
Massas com queijos amarelos; manteiga ou margarina;
Biscoitos recheados;
Carnes vermelhas;
Ovo frito;
Chocolates e outros doces;
Enchidos, embutidos e enlatados, em geral.

O gastroenterologista é o médico especialista mais indicado para o tratamento das doenças do fígado. Ele deve ser consultado se os sintomas persistirem, mesmo após as alterações na dieta.

Tua Saúde

Cirurgias no Fígado são aprimoradas com Novas Técnicas

O Inca (Instituto Nacional de Câncer) estreou neste mês uma nova técnica para a retirada de tumores no fígado. 


 Batizada de hepatonavegação, ela leva para a sala de cirurgia uma torre com rastreador infravermelho capaz de detectar os instrumentos médicos e mostrar sua localização exata em uma imagem em três dimensões do órgão. 

 Mauro Monteiro, da seção de cirurgia abdômino-pélvica do Inca, diz que foi a primeira vez que a inovação foi utilizada na América do Sul. 

 Segundo ele, a técnica ajuda a definir a parte do órgão que será retirada e a evitar o corte de vasos sanguíneos, diminuindo sangramentos e facilitando a recuperação. 

 "O fígado é um órgão muito vascularizado. Se o tumor é profundo, há o risco de atingir os vasos, já que a visualização é difícil", explica. "O cirurgião tem de se basear em tomografias, ultrassonografias e na sua experiência para definir o corte." 

 Na cirurgia deste mês, porém, as tomografias foram processados por um software que criou uma imagem em três dimensões do fígado da aposentada Júlia Cardoso, 67. 

 Uma "garra" com sensores foi acoplada aos instrumentos, comunicando-se com o rastreador infravermelho colocado ao lado do leito. 

 Após a abertura do abdômen, os médicos passaram um desses instrumentos sobre o fígado, estabelecendo uma relação espacial entre o órgão e a imagem 3D na tela. 

 A partir daí, a posição exata de bisturis e equipamentos passou a ser exibida, permitindo aos cirurgiões observar a proximidade com o tumor e com os vasos sanguíneos. "Isso dá muito mais precisão à cirurgia", diz Monteiro. 

 Segundo ele, o avanço foi resultado de uma parceria entre a Unigranrio, onde ele leciona, e os engenheiros Raul Queiroz Feitosa e Dario Oliveira, da pós-graduação da PUC-Rio. Foi isso que possibilitou o desenvolvimento do software 3D Liver, que gera as imagens do órgão. O programa é de domínio público. 

 Depois, entrou no projeto a empresa brasileira Artis, que cedeu o equipamento de navegação. A torre com rastreador e as "garras" com sensores já são usadas em cirurgias neurológicas.

 produção própria 

 "Em vez de importar, nossa ideia era desenvolver o aplicativo aqui", diz Monteiro. Segundo ele, existem apenas duas empresas no mundo que produzem sistemas para a hepatonavegação. Os preços por unidade variam de R$ 300 mil a R$ 570 mil. 

 Ele não soube informar quanto foi gasto no projeto brasileiro, mas vê vantagens no investimento. "É uma tecnologia que se paga, pois reduz o tempo de internação." 

 A boa recuperação da aposentada Júlia Cardoso parece confirmar a tese. Há sete anos, quando foi submetida à sua primeira cirurgia para a retirada de um tumor no fígado, ficou 11 dias internada, precisou de transfusão e teve várias complicações. 

 Desta vez, voltou para casa em cinco dias. O tumor, porém, era menor. "Fiquei com medo de que fosse começar tudo de novo, mas foi bem mais tranquilo", comemora.



Folha de São Paulo

Transplantes de Fígado no Pará será agora mais Fácil


A prestação do serviço de transplantes de órgãos deu mais um importante passo no Pará. Durante a reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), realizada nesta quarta-feira (24), no auditório da Universidade do Estado do Pará (Uepa), foi aprovado por unanimidade, o credenciamento do serviço de transplante de fígado do Hospital Porto Dias, apresentado pela coordenadora da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a médica Ana Beltrão. Os primeiros transplantes de fígado no Pará devem ser feitos a partir do início do ano de 2013.

 O hospital teve o procedimento autorizado por meio da Portaria N° 1.067 publicada pelo Ministério da Saúde, em 28 de setembro deste ano. Com a vistoria do Sistema Nacional de Transplantes e a aprovação do Ministério, o estabelecimento agora também receberá a visita das instâncias locais. O paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) terá toda a estrutura ambulatorial e cirúrgica, além do acompanhamento antes, durante e depois do transplante. 

 Ana Beltrão informou que a parceria público e privado é inovadora, destacando que a equipe médica envolvida é altamente qualificada para fazer o procedimento. A coordenadora salientou a importância do novo serviço para o Estado, que reduzirá os gastos com Tratamento Fora de Domicílio (TFD), além de dar ao paciente a oportunidade de fazer a cirurgia perto de suas famílias sem precisar se deslocar para outras capitais.

 Sobre os pacientes a espera de transplante de fígado no Pará, a coordenadora disse que haverá um período de transição para adaptar gradativamente o serviço em âmbito local. “Já estamos fazendo um estudo para saber como será essa fase de transição. Também vamos conversar com a parte técnica dos transplantes para que em tempo mínimo, possamos fazer a nosso fila de espera. O importante é que todos os pacientes do Pará serão beneficiados”, ressaltou.

 No Pará, a estimativa é que existam aproximadamente 150 pacientes aguardando transplante do fígado. Atualmente, o Estado faz apenas os transplantes de córnea e rim e a captação de fígado. Em 2011, o Pará fechou com 54 transplantes de rim e 160 de córneas, além de 15 captações de fígado. Neste ano, até setembro o Estado realizou 256 transplantes, sendo 213 de córnea e 43 de rim, além de 14 captações de fígado.

 De acordo com Ana Beltrão, a captação de órgãos é de suma importância, por isso é fundamental que a população se conscientize sobre o ato de doar para o sucesso dos transplantes. Em 2011, o Pará conseguiu 3,4 doações de múltiplos órgãos por milhão de habitantes, um número considerado baixo em relação à média nacional que é de 10 por milhão de habitantes. “Na região Norte há uma quantidade de doação muito pequena comparado com o resto do País. É importante esclarecer a população sobre a doação de órgãos. A expectativa é que em um ano consigamos dobrar esse número para chegarmos à media nacional”, afirmou.  

Texto:
Edna Sidou - Sespa
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